ANTÔNIO AUGUSTO FAGUNDES
Antônio Augusto da Silva Fagundes, Antônio Augusto,
“Nico Fagundes”, ou simplesmente “Nico”,
como é carinhosamente chamado por todos que privam da sua
intimidade, não é gaúcho por acaso. Com sangue
de tradicionais famílias campeiras da Fronteira Oeste do
Estado, nasceu no interior do Alegrete, no distrito de Inhanduí,
no histórico Cerro dos Farrapos, nos campos de seu avô,
do qual, através do pai, herdou o lenço branco,
que não dispensa jamais.
Desde a adolescência se destacou nos estudos dos temas rio-grandenses,
como poeta, folclorista, declamador, orador e comunicador. Iniciou-se
no jornalismo “Gazeta de Alegrete”, mais antigo jornal
do Rio Grande do Sul e no rádio na ZYE9-Rádio Alegrete.
Como secretário dos Cadernos de Extremo Sul, dirigido por
Hélio Ricciardi, editou vários poetas alegretenses.
Vindo para Porto Alegre, em 1954, ingressou no “35 CTG”
pelas mãos do saudoso Lauro Rodrigues, onde se tornou o
mais jovem Patrão do “Pioneiro”.
Tornou-se redator do jornal “A Hora”, primeiro jornal
a cores do Brasil, fazendo durante anos a página “Regionalismo
e Tradição” .
Em 1955 ingressou no Instituto de Tradição e Folclore,
dirigido por Carlos Galvão Krebs, seu amigo e mestre, onde
por oito anos fez sua formação como folclorista,
especializando-se em cultura Afro-Gaúcha.
Como sapateador da Invernada Artística do “35”
CTG torna-se professor de danças folclóricas e inicia
a formação de Invernadas Artísticas no CTG
“Aldeia dos Anjos, Tiarayu, e” Saudades do Pago da
VARIG e posteriormente viria a ser, também, professor de
Literatura Gauchesca, nos cursos do IGTF..
Embarcou para a Europa como sapateador do grupo o ”Os Gaudérios”,
morou por cinco meses em Paris onde visitou o norte da África,
observando os costumes das tribos da orla do Grande Deserto. Na
volta iniciou suas pesquisas de indumentária Gaúcha
e Tradicionalista, cuja tese foi aprovada no Congresso Tradicionalista
de Taquara em 1961.
Foi contratado como ator pela “TV Piratini”, tornou-se
um dos fundadores do Conjunto de Folclore Internacional “Os
Gaúchos”, foi diretor por muitos anos continuando
integrante durante 15 anos.
Do casamento com Marlene Nahas tem cinco filhos, Antônio
Augusto Filho, Márcia, Valéria, Rodrigo e Alexandra.
Diplomou-se em Folclore e Direito, cursou pós-Graduação
em História do Rio Grande do Sul e Mestrado em Antropologia,
sempre na Universidade Federal do Rio Grande do Sul.
A “TV Tupi” estréia sua peça, “João
Cruzeira” e viaja para a França com “Os Gaúchos”,
ganhando vários prêmios em festivais de danças
folclóricas.
Escreveu o roteiro do filme “Para Pedro”!, sucesso
nacional, atuou como ator, assistente de diretor e consultor de
costumes no filme “Ana Terra”. Escreveu e interpretou
o filme “Negrinho do Pastoreio” com Grande Otelo,
produziu, dirigiu e interpretou o filme “O Grande Rodeio”
e escreveu a peça teatral “A Proclamação
da República Rio-grandense”.
Desde 1982 é contratado como apresentador do Programa “Galpão
Crioulo” da RBS-TV, em 1984 passou a apresentar o “Galpão
Nativo” da Rádio Gaúcha, e retornou ao jornalismo,
escrevendo para a “Zero Hora”.
Foi professor da Faculdade Palestrina, em cursos de pós-graduação
em folclore, professor titular das cadeiras de Teoria do Folclore,
Folclore do RS e História da Cultura.
Gravou cinco discos. Conta hoje, com mais de cem canções
gravadas por vários artistas gaúchos. Dentre essas
destaca-se o “Canto Alegretense”, hoje gravado por
cerca de 30 artistas regionais, nacionais e internacionais.
Exerceu importantes cargos, em diversos órgãos estaduais
e federais, viajou pelo mundo inteiro em viagens de trabalho,
turismo e estudos.
Fundou e tornou-se Comandante dos Cavaleiros da Paz, vindo a efetuar
várias cavalgadas com roteiros estaduais, nacionais e internacionais,
do Brasil ao Paraguai, Bolívia, Argentina, Chile, atravessando
a Cordilheira dos Andes.
Têm onze livros publicados, quase todos com reedições.
Sua poesia, formalmente lapidada, é muitas vezes rica em
informações culturais, mas nos poemas e nas canções
é sempre o romântico da velha cepa.
Ganhou inúmeros prêmios em poesia, canções
gauchescas, declamação, danças folclóricas
e teses. É detentor de inúmeras medalhas e distinções,
Mestre em Truco, com diploma do Governo do Estado do Rio Grande
do Sul.
É membro da Academia Brasileira de Letras da Maçonaria
e membro do Instituto Histórico da Maçonaria.
É citado elogiosamente por Érico Veríssimo,
Luis da Câmara Cascudo e Augusto Mayer e pelo grande folclorista
argentino Carlos Veja. Além de receber elogios por escrito
e de público de Batista Luzardo, Antero Marques a Carlos
Reverbel.
É verbete obrigatório, em enciclopédias e
antologias que tratam da cultura no Rio Grande do Sul. Antônio
Augusto é cidadão Honorário de Porto Alegre
e de inúmeras outras cidades.
No lombo do cavalo, varando pampa e fronteiras andou sempre “Com
a lua na garupa”, título do seu primeiro livro de
versos. Agora, homem maduro, contraiu núpcias com Ana Luiza
Nunes, de cujo casamento nasceu o filho André Taquari,
continua o mesmo romântico de sempre, “Ainda com a
Lua na Garupa”, seu mais recente livro de poesia.
Apesar do destino tentar pregar-lhe uma peça, afastando-o
dos palcos dos maiores eventos do estado, onde sempre foi presença
obrigatória, como orador, apresentador, artista ou autoridade
especialmente convidada, para alegria de todos, já está
de volta assumindo o comando que sempre foi seu.
Poeta, professor, pesquisador, Antônio Augusto é
considerado um dos maiores historiadores gaúchos da atualidade,
além de ser um ícone da comunicação
do Rádio, Jornal e Televisão Gaúcho.
Luiz Menezes, um dos poetas mais românticos do rádio
gaúcho afirma convicto que: “O poeta mais romântico
do Rio Grande do Sul é: Antônio Augusto Fagundes”.
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